Mistérios da Lua
Mesmo as amostras de rocha que as missões Apollo trouxeram consigo para a Terra deixaram sem respostas os muitos enigmas da Lua, que continua a ser, atualmente, o satélite controverso, fonte de mitos e lendas desde que o homem pré-histórico o contemplou – e se interrogou a seu respeito.
Companheira mais próxima da Terra na sua interminável jornada em torno do Sol. A distância entre os dois astros é de 382.000 km. São precisos 27,3 dias terrestres para a Lua completar uma revolução em torno da Terra, tempo que coincide exatamente com o de que necessita para descrever uma volta completa em torno de seu próprio eixo. Tal fato significa que a Lua permanece imobilizada em relação ao movimento do nosso planeta, mostrando-nos sempre a mesma face. Somente os astronautas, até agora, puderam contemplar o outro lado.
Há um tempo, chegou-se a pensar que outropra a Lua fora parte da Terra e se desprendera, deixando um enormíssimo vazio, agora preenchido pelo oceano Pacífico. Essa teoria há muito foi posta de lado por cálculos matemáticos que demonstram não haver correspondência entre as dimensões do satélite e o volume do oceano Pacífico ou qualquer outra área do planeta.
Provavelmante, a Lua e a Terra surgiram concomitantemente – há aproximadamente 4.000.700.000 anos - , processando-se a sua formação a partir da mesma acumulação de poeiras e gases transportados nos ventos solares.
A Sonda Russa
Em outubro de 1959 uma sonda lunar (na época soviética) – Luna III – circulou em torno da Lua e tirou fotografias, mais tarde transmitidas para a Terra. Tal como se esperava, essas fotografias revelaram a existência de montanhas, vales e crateras, mas nenhum sinal de vida. Sabe-se que a Lua é completamente estéril – tal como, sem dúvida, foi ao longo de toda sua história dominada pela violência.
Desde então, mais sondas, incluindo as missões tripuladas Apollo, investigaram a face oculta da Lua, o que permitiu que os cientistas viessem a dispor de mapas pormenorizados de toda a superfície do astro.
Em julho de 1969, foi entregue, no Lunar Receiving Laboratory of Houston, no Texas em embalagens seladas de chumbo, a carga mais valiosa da Historiada Astronomia. Consistia em 22, 5 kg de rochas e poeira recolhidos na Lua, no Mar da Tranqüilidade, trazidos para a Terra pela tripulação da Apollo-11.
Essa nave trouxe 46 fragmentos de rocha, todos retirados da camada superior da superfície lunar. Eram de pequenas dimensões, de tamanhos compreendidos entre o de uma ervilha e 12 cm de comprimento.
Embora à primeira vista apresentassem bastantes semelhanças com as vulgares pedras terrestres,, ao serem observadas através de microscópios esses fragmentos revelaram diferenças surpreendentes.
As pedras lunares apresentavam pequenas marcas, semelhantes a picads de varíola, raiadas de cristal. Algumas eram revestidas de fragmentos vítreos que formavam manchas esbranquiçadas à superfície. Enquanto apenas uma parcela escassa de vidro entra na composição do solo da Terra, as amostras de solo lunar revelaram-se 50% de vidro – a maior parte duro, angular e incolor. Outros 10% das partículas de vidro eram esféricos e de cores vermelha, castanha, verde, amarela e violeta.
Proporções Diferentes
Todas as pedras provenientes da Terra, da Lua ou de qualquer outro lugar são compostas basicamente dos mesmos elementos que existiam no espaço antes da formação do Sistema Solar, o que justifica o fato de os cientistas não terem encontrado nas pedras lunares elementos de composição diversos dos que existem nas pedras da Terra, mas agrupados em proporções diferentes.
A proporção de urânio em relação ao potássio, por exemplo, era 4 vezes mais elevada nas pedras retiradas do solo lunar do que nas da Terra e 15 vezes superior à proporção em amostras de meteoritos encontrados na Terra. Na totalidade, detectados nas rochas lunares 68 dos elementos conhecidos à época, em número superior a 100.
O enigma da Lua foi acentuado pelos pesquisadores que experimentaram os efeitos da poeira lunar em bactérias e plantas. Algumas bactérias foram submetidas a contato com 4 amostras da superfície lunar, 3 das quais não lhes provocaram qualquer efeito. Quando, porém, foram expostas à ação de amostras do subsolo trazidas pela Apollo 12, morreram, não tendo sido ainda encontrada qualquer explicação para os resultados das experiências.
Durante outros testes, o milho, planta de maior complexidade, não revelou aparentemente sofrer qualquer efeito do contato com as amostras lunares. No entanto, algas simples, expostas à poeira lunar, pareceram desenvolver-se graças ao “alimento” proveniente do espaço, acentuando-se, sem qualquer razão aparente, a coloração verde que apresentam.
Gases Solares
Os cientistas já conseguiram, porém, obter algumas informações que podem conduzir a modificações sobre o atual conhecimento do Universo. Sabe-se agora que as pedras lunares contêm partículas solares, nelas incluídas sob a forma de gases, os quais poderão fornecer a chave vital que permitirá compreender a atividade do Sol e calcular com maior proximidade até quando este manterá a vida sobre a Terra.
O fato é que o grau de complexidade da Lua ultrapassa as suposições dos cientistas. O astro em questão não é uma espécie de bola de bilhar congelada no espaço e no tempo, como se pensara. Foi uma massa vulcânica ativa há 4 milhões e 600 mil anos, que mais tarde mergulhou num silêncio eterno.
As primeiras pedras encontradas pelos astronautas tinham mais de 3 milhões de anos, tendo-se descoberto que, pelos padrões lunares, eram relativamente recentes.
Pelo menos uma das pedras tinha 4 milhões e 600 mil anos. Na Terra, só pesquisando remotas fendas no solo africano é possível encontrar pedras com idade aproximada.
É importante salientar o fato de essas rochas não terem sido sujeitas à erosão dos ventos, da água e das outras forças existentes na Terra. As pedras recolhidas pelos astronautas permaneciam no local em que foram encontradas por pelo menos 3 milhões de anos, sem se moverem 1 mm sequer.

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