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domingo, 12 de dezembro de 2010

A Verdade que a Guerra Esconde



O crack é uma das maiores desgraças da atualidade. E o combate a ele não será fácil, aliás, é humanamente impossível. No Rio de Janeiro, a polícia e os políticos estão comemorando uma vitória inexistente contra o terror que alí se estabeleceu. Não se trata mais apenas de dinheiro, mas de quem realmente manda naquela região. Os bandidos não respeitam mais nada por lá. As Forças Armadas não poderão ficar para sempre apoiando a segurança pública num espaço restrito. Os traficantes recuaram apenas para se reorganizarem e voltarem ainda piores e mais bem armados. Eles não temem porque prisão não conserta ninguém; os que estão presos estão comandando todo o terror  imposto à população. No Brasil, enquanto houver essa hipocrisia de "direitos humanos" para bandidos de alta periculosidade, o povo é que continuará sendo punido.
 Todos sabem que existe uma pena de morte "por baixo do pano" para quem mexe com policiais ou com gente poderosa. Lembram-se do que aconteceu com aquele sequestrador da filha do Sílvio Santos? Foi só um exemplo. Ninguém sentiu falta também.
 De maneira completamente diferente, quando o tormento está incomodando é à pobreza, o que nossas autoridades fazem é ficar transferindo os patifes de um lado para outro, gastando dinheiro público com aviões e segurança reforçada, comparada à de um chefe de Estado.
 É nesse momento que começo a ver as coisas de acordo com as distorções que o próprio sistema impõe. Os traficantes do Rio recuaram por estarem em menor número, não por falta de armamento ou porque o contra-ataque policial foi eficiente. Por que não fizeram isso há mais tempo? Por que só agora? Medo de perder a credibilidade de sede de copa do mundo? Desde quando essa outra droga chamada futebol é mais importante que a vida e o bem-estar das pessoas? Mesmo se a saída dos marginais tivesse sido por mérito policial e político, onde está a vitória? Onde está a liberdade? Onde está a dignidade daquelas pessoas que se "escondem" naquelas comunidades? Sim, porque em todos os noticiários podemos constatar que todas elas continuam afogadas numa miséria infernal, e sem nenhuma perspectiva de melhora.
Mas essa história está apenas se repetindo. No passado inventaram uma tal "libertação dos escravos" , e, do mesmo modo que agora, também não lhes deram condições para que pudessem viver como pessoas dignas. Tudo que receberam foi um estigma de discriminação de cor de pele, ainda vigente nos dias atuais, porém de forma mais velada.
 Com os moradores das comunidades do Rio de Janeiro não será muito diferente: o dinheiro que o governo brasileiro deveria utilizar para ajudar aqueles "escravos da miséria"  será gasto inutilmente na compra de aviões de guerra.
Aí eu pergunto: guerra contra quem? Além do mais, se as autoridades mal conseguem dominar um morro, como vão defender um país com as dimensões do Brasil? Acho que seria mais interessante salvar de uma  miséria bem real os que estão precisando agora e que são bem reais também do que mostrar poderio militar para entrar em uma guerra imaginária contra inimigos invísíveis.
 Muitas vezes fico sem saber em quem se encaixa mais adequadamente o nome "bandido".
Como eu disse lá no início, o crack é "uma" das maiores desgraças da atualidade, mas existem outras talvez ainda mais ameaçadoras e cruéis, tal qual a insensatez humana.

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